Tegan e Sara Quin marcaram a minha iniciação à música canadiana. As letras estão carregadas de angústia e vulnerabilidade, as vozes cheias de tensão e o instrumental varia entre um mainstream facilmente digerível e sonoridades mais indie que sugerem sentimentos tão variados como mágoa, neurose ou abandono.



If It Was You, o primeiro álbum a chamar a minha atenção (terceiro álbum da banda), tem ainda uma sonoridade muito convencional, muito o que se espera de “raparigas com guitarras” (e antes que me caiam em cima com acusações de sexismo, o termo não quer ser pejorativo, refere-se apenas à combinação de vozes femininas e rock).


O álbum seguinte, So Jealous, marca para mim o ponto de definição do som da banda. O instrumental torna-se menos mainstream e perde protagonismo para as vozes das duas irmãs. Várias músicas do álbum foram incluídas na banda sonora de séries como Anatomia de Grey, A Letra L e Veronica Mars, e uma das minhas faixas preferidas, walking with a ghost, foi alvo de uma versão pelos White Stripes.


Com The Con, Tegan e Sara assumem um som cada vez mais maduro e a sua maneira de cantar aproxima-se ainda mais da recitação da letra como poesia. As letras tornam-se menos melódicas e mais repetitivas, intencionalmente na minha opinião, acompanhando um instrumental igualmente repetitivo e expressivo.


Sainthood acentua a tendência já definida no álbum anterior, dando força à hipótese de este ser de facto o som da maturidade musical das irmãs canadianas. Para quem gostou do The Con, adivinha-se uma promessa de continuidade para o futuro. Sainthood introduz também (pelo menos para mim) alguma experimentação com a música electrónica. Apesar de preferir os originais aos remixes, como fã da banda não posso deixar de ver com bons olhos a possibilidade de expandirem o seu sucesso a novos públicos.


Como devem ter reparado, não sou de forma alguma um entendido em música e que tudo o que disse aqui reflecte apenas a minha reacção pessoal à música de Tegan e Sara. (Se calhar devia ter dito isto logo no início, mas então ninguém leria o post até ao fim.) Mas em última análise as minhas palavras valem menos (muito menos) do que a música delas. Para ler e ouvir mais, visitem a página Tegan and Sara.

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